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Mariane Fontes MD | Quimioterapia

A quimioterapia é um tipo de tratamento que inclui um ou mais medicamentos para tratar o câncer. Seu objetivo é parar ou lentificar o crescimento da doença. É um tratamento sistêmico, o que significa que atinge todas as partes do corpo.

A escolha do tipo de quimioterapia vai depender do tipo de câncer, do seu tamanho, das condições clínicas do paciente, dentre outros fatores, sempre cumprindo uma série de protocolos e análises. Cada ciclo pode ser com quantidades de doses diárias, semanais ou mensais.

Como se preparar para uma quimioterapia?

Alguns protocolos de preparo prévio são seguidos para a realização da quimioterapia, como o uso de certos medicamentos e ingestão de vitamina B12, por exemplo. Antes de iniciar o tratamento, o paciente passa por um acompanhamento psicológico, nutricional, de enfermagem e da farmácia clínica, para que sejam passadas informações e orientações sobre todos os medicamentos que vão fazer parte do procedimento e o período do tratamento. 

O tempo de duração de cada sessão vai depender do tipo de tumor e da quantidade de medicação – pode durar de uma hora até 48h, quando há uma infusão mais longa. A maioria dos tratamentos com quimioterapia são em ambulatórios e day-clinics, somente em situações excepcionais os tratamentos requerem internação hospitalar.

A realização de atividades físicas moderadas é bem-vinda antes, durante e depois da quimioterapia, pois é a melhor forma de lutar contra a fadiga e indisposição que o tratamento irá lhe causar (lute contra isso, o exercício controla o peso e aumenta a resistência aos efeitos colaterais). Também não deixe de se alimentar, sempre respeitando a sua vontade e priorizando alimentos saudáveis. 

Os tipos de quimioterapia e sua administração

O tratamento com quimioterapia pode ser das seguintes maneiras:

  • Via oral: em forma de comprimidos, cápsulas e líquidos;
  • Intravenosa: aplica-se  diretamente na veia ou por meio de cateter;
  • Intramuscular: aplica-se por meio de injeções no músculo;
  • Subcutânea: aplica-se por injeções abaixo da pele;
  • Tópico: aplica-se na região afetada por meio líquido ou pomada;
  • Intratecal: aplica-se no líquor (líquido da espinha) – é um método menos frequente e utilizado em situações específicas.

A duração da quimioterapia não tem um tempo certo e vai depender de cada caso, somente o médico pode determinar o fim do tratamento, que pode ter seu complemento com outros tipos – como a radioterapia ou a cirurgia – com as suas classificações sendo:

  • Quimioterapia neoadjuvante: usa-se antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e o risco de recidiva.
  • Quimioterapia adjuvante: usa-se após a cirurgia com o objetivo de reduzir o risco de recidiva.
  • Quimioterapia curativa: usa-se para cânceres que podem ter a cura somente com quimioterapia.
  • Quimioterapia e radioterapia concomitantes: usa-se para potencializar os efeitos da radioterapia.
  • Quimioterapia paliativa: usa-se apenas para o controle do câncer, pois ele não tem mais cura. Capaz de controlar os sintomas e aumento do tumor resultando em uma melhor qualidade de vida do paciente.

Como ela age no corpo e os seus efeitos colaterais

O tratamento com quimioterapia geralmente tem uma ação veloz em células cancerígenas e que têm um crescimento rápido, mas também pode afetar células normais, o que ocasiona os efeitos colaterais.

Por exemplo, as células do sangue se multiplicam rapidamente e frequentemente afetam-se pelo tratamento com quimioterapia. As células brancas (leucócitos) protegem nosso corpo de infecções. Sua baixa (leucopenia e neutropenia) é um evento comum que pode tornar o paciente mais suscetível à infecção. As células vermelhas (hemácias) são responsáveis por carregar oxigênio no corpo. Sua redução (anemia) pode resultar em fadiga, dor torácica e falta de ar.

As plaquetas são responsáveis pela coagulação e sua diminuição (trombocitopenia) pode resultar em aparecimento de hematomas e sangramentos. Outra estrutura que é frequentemente afetada é o cabelo. Sua perda (alopecia) é reconhecida como um efeito colateral comum do tratamento. Entretanto, cabe ressaltar que nem todas as quimioterapias a ocasionam.

As células que revestem o aparelho digestivo (estômago, intestinos, etc) também podem ser comprometidas resultando em vômitos e diarreia, e podem em muitas situações serem acompanhadas de náusea.

Questões de idade, doenças associadas (comorbidades), estado nutricional, emocional e de hidratação do paciente, e estadiamento do câncer são alguns dos fatores que podem contribuir para os efeitos colaterais proporcionados pela quimioterapia, que pode ter seu uso de forma isolada ou combinada. Atualmente, conseguimos manejá-los de forma eficiente o que tornou a experiência de tratamento com essas medicações mais tolerável.

A quimioterapia é uma batalha necessária. Enfrente-a da melhor forma. Sempre que você tiver dúvidas relacionadas ao tema, tire-as com o seu médico. Caso necessite, agende uma consulta agora mesmo!