skip to Main Content
Mariane Fontes MD | Drogas De Alvo Molecular

Drogas de Alvo Molecular: como funciona a terapia-alvo?

As drogas de alvo molecular surgiram a partir de um melhor entendimento da ação dos genes, proteínas e demais moléculas que compõem as células tumorais. Essa terapia apresenta-se como uma nova opção de tratamento personalizado para cada tipo tumoral, atuando de forma a identificar e atacar pontos específicos das células tumorais, reduzindo seus efeitos sobre as células saudáveis de tecidos vizinhos.

Esses tecidos normalmente se dividem sozinhos e funcionam regularmente, entretanto pode haver mudanças nos genes das células que as fazem sofrer mutação, fazendo com que a produção de proteína não seja a adequada, ocasionando a aceleração na divisão celular ou o atraso na morte celular. Isso causa um crescimento descontrolado, originando, assim, o tumor.

Com a terapia-alvo, medicamentos tiveram sua criação para atuarem diretamente no tumor e evitar o seu crescimento, além de fazer com que as células malignas não vivessem mais do que deveriam, destruindo-as sem prejudicar os tecidos saudáveis, logo reduzindo os efeitos colaterais.

Tipos de terapia-alvo

Existem alguns tipos de terapia-alvo. Os anticorpos monoclonais, que são substâncias produzidas artificialmente com o objetivo de bloquear um alvo específico do tumor ou do tecido adjacente. Essas drogas normalmente são administradas por via endovenosa por apresentar grandes moléculas que não são bem absorvidas pelo trato gastrointestinal.

Outra opção são os fármacos que atuam inibindo a angiogênese, ou seja, impedindo que o tumor forme uma rede vascular de nutrição, e com isso as células cancerígenas têm sua destruição por falta de nutrientes.

O conhecimento das características moleculares do tumor através de testes complementares, como imunohistoquímica, sequenciamento genético, podem auxiliar na seleção  da melhor terapia alvo. 

As drogas de alvo molecular podem ter sua utilização no tratamento neoadjuvantes – quando têm seu manuseio antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor – e adjuvantes – com o seu uso após o procedimento cirúrgico com o intuito de diminuir as chances de o câncer ressurgir, e na doença metastática com objetivo de controlar o crescimento tumoral.

Quais cânceres podem ter tratamento com as drogas de alvo molecular?

Os principais tipos de câncer que se utilizam da terapia-alvo, são:

  • Câncer de mama em que seus tipos tenham a proteína HER2 (atualmente em 30% dos casos);
  • Câncer de pulmão, com a identificação de alterações genéticas, conseguimos selecionar medicamentos específicos capazes de inibir o crescimento tumoral, bloquear a proteína ou impedir novos vasos sanguíneos na região;
  • Câncer colorretal, pois esse tipo da doença normalmente está relacionado com a produção de uma proteína que promove o seu crescimento;
  • Melanoma, que em 70% dos casos ocorre por conta da mutação do gene BRAF, que pode ser o alvo da terapia.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais desse tipo de terapia dependem da via molecular a ter o seu bloqueio, mas em geral apresentam sintomas mais brandos que procedimentos de quimio e radioterapia, por atingir mais especificamente as células tumorais, poupando os tecidos saudáveis.

Entre os mais comumente relatados podemos citar manifestações cutâneas, cansaço e hipertensão arterial, além de alterações hematológicas. É importante salientar que a reação a cada tipo de tratamento oncológico depende de uma série de fatores, incluindo as características particulares de cada paciente. Portanto, os efeitos colaterais são resultados específicos de cada caso, podendo variar de acordo com a resposta do indivíduo.

As drogas de alvo molecular são boas alternativas para o sucesso do tratamento do câncer. Pesquisas mostram que quando um medicamento interage diretamente com um receptor do tumor, apresenta-se uma maior taxa de resposta tumoral além de poder impactar positivamente a sobrevida do paciente..

Tem dúvidas e necessita de uma consulta? Agende-a agora mesmo! 

Compartilhar