Câncer de bexiga: anticorpos direcionados podem tratar a doença
Um estudo aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostrou que a combinação de dois determinados medicamentos pode dobrar o tempo médio de sobrevida de pacientes com câncer de bexiga avançado.
O tratamento com pembrolizumab e o enfortumab vedotin teve validação no início deste ano, mas os resultados de sua pesquisa foram vistos no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, que aconteceu em outubro, em Madri, na Espanha.
Sobre o tratamento
O pembrolizumabe e o enfortumabe vedotin agem de forma combinada. O primeiro bloqueia uma proteína que prejudica o sistema imunológico, fazendo com que o organismo ataque de forma mais eficiente os tumores.
Já o segundo, que é um ADC (anticorpo-medicamento), visa uma proteína chamada nectin-4. Além disso, expressa-se em níveis maiores em certos tipos de células cancerígenas, como os cânceres de bexiga. Seu objetivo é ir de encontro às células tumorais sem danificar outros tecidos. Junto a ele encontra-se uma substância que faz com que o câncer pare de se espalhar, interrompendo a divisão celular.
Mais detalhes sobre o estudo:
- Dos 880 pacientes, metade recebeu esse tratamento e a outra parte seguiu com a quimioterapia tradicional.
- O tratamento aumentou o tempo de sobrevida dos pacientes com câncer de bexiga avançado de 16 para 31,5 meses, em comparação à quimioterapia tradicional.
- Concluiu-se, portanto, que o ADC, quando associado a outro medicamento que estimula o sistema imunológico (no caso o pembrolizumabe), torna-se mais potente.
- Foi o maior avanço da medicina nos estudos de câncer de bexiga, que manteve as mesmas taxas de sobrevida desde a década de 1980.
Embora os resultados dessa pesquisa tragam perspectivas positivas para o tratamento de câncer de bexiga avançado, há também a ressalva de que os ADCs podem ocasionar danos nos nervos e nos pulmões de quem faz o seu uso. Por isso, ainda há avanços que precisam ser feitos e discutidos para que novas pesquisas se concentrem no desenvolvimento de ADCs ainda menos tóxicos e medidas efetivas para controle dos efeitos colaterais.
Mais sobre o câncer de bexiga
Em 2022, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), houve 11.370 casos no país de câncer de bexiga – 7.870 homens e 3.500 mulheres. A doença é mais comum entre o sexo masculino e em pacientes mais idosos (mediana de idade ao diagnóstico é de 69 anos).
Muitas pessoas acham que o tabagismo tem maior relação com o câncer de pulmão, mas o hábito é o fator de risco mais importante para o câncer de bexiga. Pessoas que fumam têm possibilidade de 2 a 4 vezes mais de desenvolver a doença.
Questões de raça – homens brancos e de idade avançada – e exposição a diversos compostos químicos também aumentam a possibilidade da doença.
Os sintomas iniciais de câncer de bexiga, que geralmente são intermitentes e de baixa intensidade, comumente podem se confundir com os de infecção urinária ou de cálculo renal. Sangue na urina (hematúria), dor no ato de urinar, necessidade frequente de realizar o ato, mas sem conseguir fazê-lo são alguns dos sinais mais frequentes.
O diagnóstico precoce do câncer de bexiga aumenta as chances para um tratamento positivo. O tratamento vai ter como base o estágio, grau e risco de recorrência da doença. Qualquer pessoa com sinais e sintomas deve realizar uma avaliação completa de todo trato urinário. Por fim, agende uma consulta em nosso site!