Quando a transfusão de sangue é necessária aos pacientes oncológicos?
Os pacientes oncológicos, devido ao uso de medicações que destroem componentes sanguíneos, necessitam eventualmente de transfusões de sangue, com o objetivo de corrigir os problemas hematológicos. O tipo de neoplasia maligna é que vai determinar a quantidade de transfusões.
A retirada do tumor e o tratamento de quimioterapia – que bloqueia o crescimento da maioria das células, dentre elas a do sangue – são os principais motivos que fazem os pacientes oncológicos necessitarem de transfusão de sangue.
Um dos componentes sanguíneos mais atingidos pelos quimioterápicos são as plaquetas, o que faz com que o consumo de plaquetas em um hospital oncológico seja em torno de 70% maior do que em hospitais comuns.
Além da perda de plaquetas, a própria evolução do câncer, bem como o uso de quimioterapia e radioterapia, exige em algumas situações a reposição sanguínea por meio de transfusões a fim de repor células produzidas pela medula óssea, de corrigir problemas como anemia e manter uma coagulação adequada.
Dependendo do tipo de problema, os pacientes podem receber transfusões de concentrados de hemácias para correção de anemias, concentrado de plaquetas e plasma fresco congelado para problemas de coagulação, além de demais componentes e transfusões sanguíneas.
Transfusão de sangue e cânceres hematológicos
Os cânceres hematológicos são aqueles que são originários das células sanguíneas. São capazes de circular pelo organismo e por isso podem ser denominados, também, de ‘tumores líquidos’. São inespecíficos em suas manifestações, diferentemente dos tumores sólidos, que se formam nódulos com dores específicas.
Existem três tipos principais de cânceres hematológicos:
- Leucemia: ocorre na formação das células e dificulta o organismo em sua capacidade de combater infecções – as células cancerígenas se acumulam na medula óssea. Leucemia linfoblástica aguda, leucemia mieloide aguda e leucemia linfocítica crônica são alguns dos seus tipos.
- Linfoma: acontece quando os linfócitos e seus precursores se transformam em malignos contaminando o sistema linfático, que nos protege de bactérias e vírus, por exemplo. Os principais tipos são o linfoma de Hodgkin (LH) e o linfoma não-Hodgkin (LNH).
- Mieloma: câncer de células plasmáticas, com os plasmócitos cancerígenos se multiplicando e comprometendo a produção das outras células do sangue.
Os cânceres hematológicos se caracterizam entre si pela imunossupressão, que é a diminuição da resposta imune do organismo a certas doenças. Entretanto, alguns sintomas podem ser confundidos com outros tipos de doenças. Procurar ajuda médica nesses casos é muito importante para ter o diagnóstico o quanto antes.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são necessários, em média, 2 mil doadores de sangue por mês para atender as demandas dos pacientes em suas unidades hospitalares. A prática da transfusão de sangue em pacientes oncológicos proporciona maior controle de sintomas e qualidade de vida, além de ser imprescindível para o bom resultado do tratamento.