Câncer de testículo: 60% das mortes são de pessoas abaixo dos 40 anos
O câncer de testículo é considerado raro, tanto que corresponde a apenas 5% dos casos urológicos entre o sexo masculino. Dentro desse número, 60% das mortes são de pessoas abaixo dos 40 anos (entre 20 e 39 anos em idade produtiva), de acordo com Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Dados de 2010 a 2020 mostraram que dos 4 mil óbitos relacionados ao câncer de testículo, apenas 816 foram de homens com mais de 50 anos. A falta de conhecimento da população dificulta o diagnóstico precoce. É fundamental, atualmente, que o público mais jovem frequente o urologista regularmente, e não mais somente a faixa das pessoas com mais de 45 anos.
Prevenção e sintomas do câncer de testículo
Todo caroço encontrado nos testículos é câncer? Essa é uma das principais dúvidas e a resposta é negativa. Um médico especialista com sua opinião é fundamental, portanto.
Uma das formas de prevenção é o autoexame, no qual é possível detectar com facilidade algum nódulo ou massa existente – 80% dos casos da doença estão restritos aos testículos. Quando diagnosticada precocemente, as chances de cura podem ser superiores a 90%.
O autoexame é indicado após o banho – em temperatura morna -, pois o escroto se encontra mais relaxado. Em pé, o homem deve palpar ambos os testículos para verificar alterações em sua consistência e forma. Além disso, é importante frisar que em 80% dos casos as lesões são indolores.
Dores na parte inferior do abdômen, dor nos ossos, dor torácica e falta de ar são exemplos de sintomas que acontecem em 10% dos diagnósticos. Para confirmação, pode ser necessária a realização de exames de imagem e de sangue.
Quais os fatores de risco?
Genética é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de testículo, com a criptorquidia congênita e adquirida. A primeira não se diagnostica um ou os dois testículos na bolsa testicular ao nascimento. A segunda ocorre após o nascimento, com um ou os dois testículos diagnosticados como criptorquídicos, não sendo mais observados no escroto.
Outros fatores de risco são:
- Infertilidade;
- HIV;
- Síndromes genéticas raras, como, por exemplo, a Síndrome de Klinefelter (condição genética em que um homem nasce com uma cópia extra do cromossomo X);
- Histórico familiar da doença;
- Raça branca tem cinco vezes mais predisposição para o seu desenvolvimento comparado à raça negra.
Tratamento
A remoção total do testículo (orquiectomia radical) e a retirada parcial (orquiectomia parcial) são alternativas para o tratamento, sendo indicadas previamente a congelação de espermatozoides, reposição de testosterona, se necessária, e implante de prótese testicular, pois a maioria dos homens afetados estão em idade reprodutiva. Dependendo do estágio, quimioterapia e radioterapia são necessárias como complemento.
Mesmo após o tratamento do câncer de testículo o paciente deve manter uma rotina de consultas e exames constantes para acompanhamento. Caso necessite passar com um oncologista, faça o agendamento com hora marcada agora mesmo.